Caminho com
dificuldade. Você vê que esforço faço pra me levar adiante. Mesmo assim, sempre
erro no auge do meu cuidado. Então descuido sem desespero. Sem exagero no
destoque, no despensamento. E despensando vejo a vida como ela é. Inofensiva de
tantos ângulos, cíclica em tantos pontos, frágil em tantos porquês. A vida
fluida, fria, oca. Você me vê insistindo viver assim e me vê louca. Penso: você
tem um recalque nos olhos que sempre te faz olhar mesma coisa; e eu uma falha
na idéia que sempre me joga no mesmo erro – sem que eu sequer me mexa. Imperfeitos
que somos, deuses de nossos desejos, não nos afastemos muito. De mãos dadas,
vamos sair pra ver o sol.
terça-feira, 25 de março de 2014
domingo, 16 de março de 2014
[CORPO PRESENTE]
Agora
nasceu para ser sorte. Para pairar no meu norte me acalmando o coração. Se
desenrola na frente dos meus graus corretivos que não me deixam perder a cena –
pequena, complexa, nobre. Agora já é, agora não dá mais, agora agorinha eu sei.
Presente pra mim, impossível de transpor, difícil de ver através. Me situando
no meu lugar no mundo. Me fazendo respirar mais fundo antes do meu próximo pulo
de um lugar mais alto. Na confusão do agora descanso. Na incerteza de agora
pulo. Indo, vindo, tecendo a minha existência da matéria de que sou feito e do
que estou vivo. Há o amor me apontando para o lado certo. Há a dor para
equilibrar a balança. E na dança de mudar para ser parte do novo, me movo,
renovo, escolho não me cansar.
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